Os candidatos e as eleições autárquicas

Longe de Penalva, não deixo de estar atento ao que se passa, sobretudo agora em tempo de eleições autárquicas. No entanto, escapam-me as singularidades do processo eleitoral, bem como as opiniões fundamentadas dos candidatos, pois que, passado que foram as suas apresentações das candidaturas, mais não disseram, mas, muito têm prometido, pelos vistos.
Os chavões serão sempre os mesmos:  o mais importante são as pessoas, vamos criar emprego, vamos apoiar as indústrias, vamos criar condições para os jovens se fixarem em Penalva, vamos acabar com a desertificação etc. Esta é a música que uns tocam e outros, infelizmente, gostam de ouvir. Sempre! Seja qual for a credibilidade do de quem as diz!
Confesso que não espero grandes novidades de qualquer dos candidatos. As suas candidaturas não conseguiram descolar dos partidos políticos que representam. São mais candidatos dos partidos do que candidatos do Concelho e para o Concelho. Todos! As suas bases de apoio local são as mesmas das últimas décadas e, como vimos até agora, também não pretendem abandonar esse registo.
Os programas eleitorais vão vir aí carregadinho de boas intensões e de promessas sem fim. Mas não vai passar disso. O candidato do PSD, não conseguiu libertar-se da tutela do Presidente e o candidato do PS não soube passar para a rua, a sua actividade como Vereador. Portanto, na verdade, desconhecem-se as verdadeiras capacidades de cada um. O povo gosta de ouvir e acredita demasiado em demagogos, pela esperança que criam de um futuro novo, cheio de pão e mel. O meu receio, legítimo como Penalvense, é que o pão azede e o mel se transforme em sal.
Um amigo chamou-me a atenção para um blog que corre na internet cuja matéria é sobre Penalva e alguns Penalvenses. Dizia ele que tinha 2 inquéritos curiosos. Fui ver!. A qualidade do blog é duvidosa, mas de boas intensões, que foram desvirtuadas há muito, pelo que li. Os inquéritos, por sua vez, revelam resultados curiosos: um Presidente já falecido, e que a maioria dos jovens com idades inferiores a 40/45 anos não conheceu, ombreia em notoriedade com o actual que exerce o cargo de um aforma ininterrupta há 12 anos; o outro inquérito, dá a maioria absoluta a um candidato desconhecido, que tem mais do dobro dos votos expressos, deixando os seus virtuais adversários com resultados embaraçosos.
A resposta para o futuro do Concelho de Penalva do Castelo passa muito por aqui:

• o candidato do PSD, Carlos Ferreira, que se juntou ao CDS para ampliar a base de apoio e se fortalecer, não consegue descolar do seu passado como Vereador, de um executivo cujo Presidente actual é vencido por um fantasma. A fragilização criada pela Governo PSD pode penalizá-lo;
• o candidato do PS, Francisco de Carvalho, não consegue ultrapassar os valores das habituais votações no Partido e a sua actuação como Vereador é, de todo, desconhecida dos Penalvenses. Pode beneficiar um pouco com o descontentamento geral de parte da população;
• o candidato da CDU, António Vilarigues, bem lutará e, na minha opinião, será o único a trazer ideias novas ao debate, mas não conseguirá vencer os preconceitos que o PCP ainda tem na nossa sociedade. Subirá no número de votos, vaticino, mas manterá a representação actual.

Qualquer novidade no discurso político da campanha, será bem vinda. Os Penalvenses merecem o respeito dos candidatos e querem alguém que saiba interpretar as suas necessidades reais, sem demagogia e oportunismos. O passado político autárquico dos candidatos fala por si e não deve ser escamoteado no debate que se avizinha.
MERECEMOS TODOS O MELHOR!